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sexta-feira, 29 de junho de 2012

ONU cria Dia Internacional da Felicidade

28.06.2012 - 23:17 Por Lusa


 A assembleia-geral das Nações Unidas aprovou hoje uma resolução que institui a criação do Dia Internacional da Felicidade, que será assinalado a 20 de Março.


 
Na resolução, aprovada por consenso, a assembleia-geral da ONU sublinhou que “a procura da felicidade é um dos objectivos fundamentais do ser humano”.

A resolução pede a todos os 193 Estados-membros da organização que celebrem o dia “de forma apropriada, nomeadamente com actividades pedagógicas”.

A ideia para a criação deste dia foi lançada pelo Butão, um pequeno reino budista localizado nos Himalaias que adopta como estatística oficial a “Felicidade Nacional Bruta” em vez do Produto Interno Bruto (PIB).

O calendário da ONU integra até hoje 120 dias mundiais e internacionais dedicados a temas diversos como às mulheres rurais (15 de Outubro), ao jazz (30 de Abril) ou às aves migratórias (14/15 de Maio).

O dia 20 de Março já é reconhecido como o Dia Internacional da Francofonia.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Johnny Cash - Thunderball



Little story behind this song. This was originally going to be the opening for the James Bond Movie Thunderball. It was kicked at the last moment and was replaced. Recorded 1965

ED Consulting - Merkel & Sarkozy: "Somebody That I Used To Know", Gotye





Uma união feliz entre a música e letras de diversos autores e o panorama sócio-politico internacional.Momentos SIC Notícias, com Gotye, "Somebody That I Used To Know"
Uma parceria SIC Notícias/Universal Music

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Trump Há oportunidades na Europa para obter "tudo a troco de nada"

Económico com Lusa  
20/06/12 15:24

 Donald Trump desafiou hoje investidores internacionais a aproveitarem a situação Europeia, para obter "tudo a troco de nada".


"Espanha é um lugar espantoso. É um grande país que tem febre e é o momento de aproveitar isso", afirmou Trump numa entrevista ao programa 'Squawk Box'da CNCB citada pela Europa Press.
O multimilionário considerou que, apesar dos problemas e das tensões actuais, a Europa está a converter-se numa "grande oportunidade" para os investidores encontrarem imobiliário baratos e grandes ofertas.
"Consegue-se a troco de nada. Estão a conseguir terra a troco de nada, estão a conseguir tudo a troco de nada", disse Trump, afirmando que há que manter os investimentos em carteira durante algum tempo.
"Mas não há dúvidas. Há grandes oportunidades na Europa", disse.Trump realçou que ele próprio está a estudar as oportunidades e poderá vir a fazer um investimento com parceiros locais na Europa.
O empresário afirmou-se convencido do fim da zona euro e do regresso das moedas nacionais europeias mas que, apesar disso, haverá grandes ofertas.
E, ao mesmo tempo, minimizou o impacto que o fim da zona euro poderá ter na economia global, antecipando que os efeitos "não serão tão maus" como se tem estado a prever.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Próximo europeu com mais oito equipas

Michel Platini revelou que o próximo Campeonato da Europa de Futebol, que a França organizará, vai contar com 24 equipas, mais oito do que até aqui.
O presidente da UEFA acredita que o novo modelo proporcionará uma fase de grupos «menos dramática», evitando que tantas equipas de topo de confrontem nos 32 jogos iniciais.
O modelo actual – que se verifica neste Euro 2012, por exemplo – contabiliza quatro grupos, cada um com quatro equipas. As duas melhores de cada grupo avançam para os quartos de final.
A solução a implementar em França (proposta à UEFA pela Escócia e pela Irlanda) deverá evitar os chamados ‘grupos da morte’, como o português na Polónia/Ucrânia. A equipa de Paulo Bento até é a menos cotada do ranking mundial da FIFA, mas passa à fase seguinte, com a Alemanha.
Mas de fora da fase a eliminar ficam a Holanda (a terceira mais bem cotada no torneio, quarta mundial) e a Dinamarca (nona do ranking FIFA, com três sul-americanas à sua frente).
Neste europeu sabe-se já que a Croácia (oitava da FIFA) e a Rússia (13º) se ficam pela fase de grupos, mas a Grécia de Fernando Santos (15ª mundial) segue em frente.
Daqui a quatro anos, em França, os melhores conjuntos deverão ficar distribuídos por seis grupos. Além dos habituais dois primeiros de cada grupo, que seguem em frente, os quatro melhores terceiros classificados dessa fase também se qualificarão para os oitavos de final - actualmente, disputam-se logo os quartos de final.
Assim, o Europeu passará a contar com mais uma fase a eliminar. A primeira contará com 16 equipas, tal como acontece nos Mundiais de futebol, onde participam 32 equipas.

AP/SOL

sol.sapo.pt

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O jogo político de Kiev

por Nuno Escobar de Lima

 Na Ucrânia, o Campeonato da Europa foi-se tornado vítima das sucessivas lutas políticas de um país ainda dividido entre o Oeste, que puxa em direcção à União Europeia (UE), e um Leste que continua a olhar para Moscovo. No Euro-2012, as duas Ucrânias estarão representadas por Lviv, a Ocidente, e Kharkiv, a Oriente.
Lutas que se esperavam resolvidas quando, em 2003, partiu desta ex-república soviética a ideia da organização conjunta de um Europeu de futebol. O então Presidente, Leonid Kuchma, acenara ao Ocidente com a assinatura de um protocolo de cooperação com a NATO e com a vontade de aderir à Aliança Atlântica. E ainda antes de Kuchma se voltar novamente para Moscovo, depois de ver a sua credibilidade no Ocidente minada por sucessivos escândalos de corrupção, o Presidente da federação ucraniana sugeriu a ideia de organizar um Europeu com a Polónia.
Uma proposta que recebeu imediata aceitação do outro lado da fronteira: Aleksander Kwasniewski, o Presidente que liderou a adesão polaca à NATO e à UE, viu na ideia uma forma de aproximação ao vizinho.
Mas desde então a Ucrânia deu muitas cambalhotas políticas, sempre com o delfim de Leonid Kuchma, Viktor Yanukovich, em jogo. Primeiro na batalha de sucessão de Kuchma, que provocou a Revolução Laranja, movimento que haveria de evitar uma vitória fraudulenta de Yanukovich. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades do país para denunciar uma fraude que demorou um mês ao Supremo Tribunal para detectar. Os juízes mandaram repetir o voto e Yushchenko foi eleito Presidente. Como combinado na oposição, a aliada Iulia Timochenko foi nomeada primeira-ministra.
Sem fundos
E foi ele, Yushchenko, quem esteve ao lado de Lech Kaczynski, o então Presidente polaco, quando os dois países receberam a missão de organizar o Euro. Mas a partir daí a sua relação com Timochenko foi-se deteriorando: «Como podemos falar do Euro-2012 quando o seu orçamento prevê 4,5 mil milhões do fundo de estabilização mas só 330 milhões foram disponibilizados?», perguntava em 2009 um Presidente desesperado pela falta de apoio do Parlamento.
A três anos do evento que irá deixar o mundo de olhos postos no país, a Ucrânia ainda discutia a alocação de fundos para pôr em prática o seu plano de modernização que previa um investimento superior a 15 mil milhões de euros. Num país onde dois dos estádios do Euro distam em 1500 quilómetros, só cinco mil milhões foram destinados à modernização das estradas. Também os transportes públicos foram alvo de intervenção – na Polónia há locomotivas pintadas com as cores das 16 selecções participantes –, embora entretanto se tenham abandonado projectos como o metropolitano de Donetsk, que seria o quarto na Ucrânia.
Assim se foram sucedendo os escândalos de corrupção: primeiro caíram ministros dos transportes, depois das obras públicas, até que acabaram também por ‘crucificar’ o Presidente e a respectiva governante. Yushchenko por ter caído em desgraça, Timochenko por perder nas presidenciais frente a Yanukovich. O actual Presidente acabou por acusar a adversária de traição à pátria num negócio assinado com a Rússia, levando a que fosse condenada a sete anos de prisão. As recentes denúncias de tortura de Timochenko levaram vários líderes europeus a ameaçar boicotar os jogos.
Uma ameaça afastada pelo primeiro-ministro polaco, Donald Tusk: «Podemos limitar-nos a apoiar as nossas equipas. Não temos de abraçar líderes que acreditarmos serem desrespeitadores das normas» , afirmou após recente encontro em Bruxelas, sem deixar de mostrar que as relações entre os dois países já conheceram melhores dias.
Apesar de também ter tido os seus percalços – o sindicato mundial de trabalhadores da construção, BWI, denunciou 14 mortes nos dois países e mais de 1.500 violações às leis de segurança no trabalho –, o estaleiro polaco foi elogiado pela UEFA: «Posso dizer que poucos países europeus podem competir convosco, não só em termos de estádios como de infra-estruturas», afirmou o director da prova, Martin Kellen, depois de vistoriar os progressos.
Para Tusk e os políticos de Varsóvia, o pânico agora é outro: no início de Março o jornal polaco Puls Biznesu noticiou que a UEFA teria vendido o camarote presidencial do Estádio Nacional de Varsóvia ao milionário russo Roman Abramovich e começou a circular o rumor de que Vladimir Putin seria seu convidado.
Com um Polónia-Rússia a abrir o torneio no dia 8, o Presidente polaco não deu tempo ao dono do Chelsea para desmentir a notícia. A sua porta-voz, Joanna Trzaska-Wieczorek, afirmava ao Super Express que «o camarote presidencial é apenas em nome, não significa que o Presidente da Polónia tenha de se sentar ali. Bronislaw Komorowski irá ver o jogo na companhia de Michel Platini na zona de convidados da UEFA». Outro porta-voz, desta vez do milionário russo, viria a confirmar a presença de Abramovich em Varsóvia mas realçando que «a informação veiculada na imprensa polaca não tem fundamento».
Ainda assim, e sem nova tomada oficial do Presidente, o líder da oposição polaca, Jaroslaw Kaczynski, recuperou o tema na última semana. Em conferência de imprensa no exterior do estádio, o irmão do antigo Presidente foi categórico ao apelidar de «escândalo presidencial» a hipótese de Putin, como convidado do amigo Abramovich, estar no lugar que «pertence ao Presidente da Polónia, ao primeiro-ministro, ao líder da Assembleia e seus convidados»
Com tanto volte-face, resta a consolação de que para a próxima a história será mais fácil de contar: por baixo do relvado em Varsóvia, nos escombros do Estádio 10.º aniversário, está uma cápsula do tempo com notas e moedas actuais, exemplares da imprensa de 7 de Outubro de 2009, a bandeira da Polónia, da cidade de Varsóvia e da UE. E em cima um estádio de última geração, que promete um futuro risonho ao Euro-2012.

nuno.e.lima@sol.pt

terça-feira, 5 de junho de 2012

Barack Obama, o primeiro cibercomandante dos EUA

 04.06.2012 - 15:30 Por Clara Barata

Barack Obama é o primeiro cibercomandante-chefe dos Estados Unidos. Autorizou ataques com vírus informáticos que produziram estragos físicos como se fossem armas analógicas e não digitais nas instalações nucleares de Natanz, onde o Irão enriquece urânio.

 O vírus Stuxnet, cuja autoria os especialistas de segurança informática atribuíam a um Estado, muito possivelmente os Estados Unidos, resultou mesmo de uma operação norte-americana, coordenada directamente pelo Presidente, afirma um livro do jornalista do New York Times David Sanger.

Obama é um Presidente sem medo da tecnologia. Aliás, é o Presidente que incorporou a tecnologia de forma decisiva na estratégia que aplicou para prosseguir as guerras que herdou da Administração de George W. Bush, de uma forma profunda e da qual nem os próprios norte-americanos têm ainda bem consciência. A faceta mais conhecida dessa guerra tecnológica é o uso dos drones, as aeronaves operadas remotamente, usadas para ataques cirúrgicos no Afeganistão, no Paquistão, no Iémen e na Somália, mas que por vezes atingem alvos civis. David Sanger, no livro Confront and Conceal: Obama"s Secret Wars and Surprising Use of American Power - que será publicado a 5 de Junho e do qual o New York Times publicou um extracto na sexta-feira -, começou a desfiar parte de uma outra utilização da tecnologia na guerra, mais precisamente da frente da ciberguerra.

O vírus Stuxnet lançou o caos em Natanz, destruindo pelo menos 1000 das cerca de 5000 centrifugadoras onde então o urânio, sob a forma de gás, era depurado, purificado, para obter concentrações mais puras deste elemento radioactivo usado para alimentar centrais nucleares - ou, em concentrações acima de 90%, para produzir armas nucleares. Os problemas em Natanz foram testemunhados pelos inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica, que na altura não faziam ideia do que passava - tal como os iranianos, aliás. O que o jornalista do New York Times afirma é que estas avarias sucessivas, que levaram até a despedimentos, foram causadas por uma infecção com um vírus criado à medida das instalações de Natanz, por cientistas norte-americanos e israelitas.

A afirmação de David Sanger não surge do nada. Os analistas da empresa de segurança informática Symantec e um alemão especializado na segurança de sistemas de controlo industriais, como o controlador lógico programável da Siemens que era usado em Natanz para manter em operação as centrifugadoras, chegaram a essa conclusão através de um laborioso trabalho de análise de um código que é 50 vezes maior do que o tradicional vírus de computador, relatava a revista Wired em Julho de 2011.

O vírus é extremamente sofisticado - inclui quatro programas de "dia zero", que se baseiam em encontrar vulnerabilidades que até mesmo os fabricantes ainda não descobriram nas aplicações informáticas. Dos mais de 12 milhões de software danoso que é descoberto anualmente pelos especialistas de segurança informática, só cerca de uma dezena faz ataques de "dia zero", dizia ainda a Wired.

As suspeitas de Bush
Se Obama foi quem lançou em força a operação contra o Irão, a ideia foi iniciada em 2006, com George W. Bush. Nessa altura, o projecto Jogos Olímpicos começou a desenvolver o "bug", como era conhecido quando Bush o passou a Obama, relata David Sanger. Nessa altura, o Presidente Mahmoud Ahmadinejad mostrava aos jornalistas as instalações de Natanz e as suas grandes ambições de ali instalar 50 mil centrifugadoras - o que parecia suspeito para um país com um único reactor nuclear, cujo combustível vem da Rússia e que assegura que o seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis. O objectivo seria enriquecer urânio até um nível que pudesse vir a ser usado em armas?

Entre bombardear o Irão, como defendiam os falcões da sua Administração e os israelitas, explica David Sanger, e a nova ideia que lhe foi apresentada pelo general James E. Cartwright, Bush escolheu a aposta na ciberguerra.

O primeiro passo foi conseguir penetrar na rede interna de Natanz, que não está ligada à Internet. Para isso foi precisa a ajuda de Israel. E o primeiro vírus inserido não foi o Stuxnet: foi um outro cuja missão era detalhar o funcionamento interno dos computadores que controlam as centrifugadoras, que giram a velocidades tremendas, e enviar essa informação para os EUA - "telefonar para casa". Só assim se poderia conceber o código adequado para tomar conta das centrifugadoras. O processo foi demorado, relata o jornalista do New York Times, mas resultou. Embora tenha havido um erro grave: o vírus saiu para a Internet, para o mundo, quando isso nunca deveria ter acontecido. Os norte-americanos culpam os israelitas. Mas foi por ter escapado que foi descoberto e deslindada, em grande parte, a sua origem, pelas empresas de antivírus.

Novos riscos
Se o Irão tem sido o alvo primordial da experiência de ciberguerra norte-americana, os resultados têm sido discutíveis - há quem diga que atrasaram o desenvolvimento das suas capacidades de enriquecimento de urânio 18 meses a dois anos, mas também há quem note que o país acelerou o seu desenvolvimento nesta área nos últimos tempos.

Mas os EUA, sobretudo, atravessaram uma fronteira decisiva. Enquanto alguns elementos da Administração pressionam para que a mesma tecnologia seja usada contra a Coreia do Norte, contra a Síria, as operações da Al-Qaeda, ou até para interferir nos planos militares chineses, o Presidente Barack Obama parece manter a consciência de que está a levar o seu país para um novo território, diz David Sanger.

"Obama disse repetidamente aos seus assessores que há riscos em usar - e sobretudo em usar excessivamente - esta arma. Na verdade, nenhum país tem uma infra-estrutura mais dependente dos sistemas informáticos, e por isso mais vulnerável a ataques, do que os EUA", escreve o jornalista. "É só uma questão de tempo, dizem os especialistas, até que [os EUA] se tornem alvo do mesmo tipo de arma que os americanos usaram, secretamente, contra o Irão."

Flame, o espião perfeito
Haverá uma nova arma de ciberguerra à solta na Internet no Médio Oriente por estes dias? O Flame, um outro vírus, 40 vezes mais complexo que o Stuxnet, está a infectar computadores sobretudo naquela região, sendo o Irão o país mais infectado, alertou esta semana a empresa de segurança informática russa Kaspersky.

Embora pareça ter sido escrito por outros programadores, a sua complexidade e raio geográfico da infecção faz de novo suspeitar que haja um Estado por trás, e não apenas cibercriminosos, escreve a Wired. Aliás, a Kaspersky começou a investigar o vírus a pedido da União Internacional de Telecomunicações, um organismo da ONU, diz a empresa. O que desencadeou a investigação foi o facto de estarem a desaparecer dados de computadores do Ministério do Petróleo de Teerão e da Companhia de Petróleo Iraniana.

Se o Stuxnet espantava por ser grande, com 500 kilobytes, o Flame é arrasador, com os seus 20 megabytes. E se o Stuxnet tinha um objectivo muito concreto, o de perturbar o funcionamento das centrifugadoras usadas nas instalações nucleares de Natanz, o Flame é uma espécie de espião perfeito: consegue activar o microfone interno do computador para gravar todas as conversas, ou o bluetooth para se ligar a todos os aparelhos em redor que o tenham activado, e obter números de telefone e passwords, por exemplo. E ao mesmo tempo vai farejando a rede a que está ligado o computador, em busca de coisas que possam ser interessantes. O New York Times diz que a Administração Obama nega que o Flame, cujo código parece ter pelo menos cinco anos, seja parte da operação Jogos Olímpicos. Mas nega-se a comentar se os EUA serão responsáveis pelo ataque actual que, segundo a Kaspersky, afecta 1000 computadores. Serão poucos, mas este vírus "reescreve a definição de ciberguerra e ciberespionagem", escreve Aleks, um especialista da Kaspersky, no blogue da empresa.

in publico.pt

segunda-feira, 4 de junho de 2012

China nunca irá começar a Terceira Guerra Mundial

por LEONÍDIO PAULO FERREIRA 04/05/12


A primeira vítima da Terceira Guerra Mundial foi John Birch. Assim o inventou a direita americana, fanática na busca de mártires anticomunistas. O capitão Birch, filho de batistas e ele próprio missionário antes de se tornar soldado e espião ao serviço dos Estados Unidos, foi morto pelas tropas de Mao a 25 de agosto de 1945, dez dias depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Passadas sete décadas, América e China são as grandes potências mundiais. Mas é impensável que façam guerra uma à outra. Um conflito global seria o pior que aconteceria às duas economias líderes.
Agora que a corrida aos armamentos pela China assusta é indesmentível. O orçamento militar cresceu 11% no ano passado, para os 106 mil milhões de dólares. Não admira que no sábado o vice-ministro da Defesa japonês tenha criticado a falta de transparência do regime de Pequim nas matérias militares. E que o ministro da Defesa indiano garantisse que à medida que a China se arma também o seu país continuará a reforçar-se.
Preocupados estão ainda Vietname e Filipinas, com contenciosos marítimos, e sobretudo Taiwan, a ilha onde se refugiaram em 1949 os nacionalistas de Chiang Kai-shek derrotados por Mao.
Vistos da América, os gastos militares chineses são quase migalhas. Há tempos, a Economist alertava para "os novos dentes do dragão", mas lembrando que o gigante asiático gasta sete vezes menos do que os Estados Unidos no complexo militar-industrial. Em percentagem do PIB, a relação é de um para quatro.
Tirando o maior número de soldados da China, a vantagem dos americanos é esmagadora: 450 mísseis intercontinentais contra 66, 14 submarinos nucleares com mísseis contra três, 6300 tanques contra 2800, 3000 aviões de última geração contra 750, 11 porta-aviões contra nenhum, 61 satélites militares contra 36.
É óbvio que Pequim não deseja a guerra. Nunca ganharia. Falta ainda à China uma década para ultrapassar o poderio económico da América e duas para a paridade militar. O objetivo hoje é garantir que na Ásia não existem rivais, como no tempo em que em redor do Império do Meio só havia Estados vassalos, e reduzir a manobra dos Estados Unidos em caso de confronto com Taiwan. Pelo meio, assegura as rotas para o abastecimento de matérias-primas e comércio.
Em Washington também ninguém deseja a guerra. O candidato republicano Romney está preocupado é com a concorrência económica da China. E o Presidente Obama prefere Pequim como parceiro, seja a estabilizar o Paquistão e o Afeganistão seja a acalmar as ambições nucleares da Coreia do Norte.
Depois de Birch, chineses e americanos chacinaram-se na Guerra da Coreia. E voltaram a enfrentar-se no Vietname. Mas desde que Nixon visitou Mao, em 1972, existe uma aliança estratégica que só falha quando os interesses da potência emergente chocam com os da velha superpotência - como acontece na revolta na Síria ou no nuclear iraniano.
A verdadeira guerra entre China e América envolve dólares e yuans. É económica. E aí, sim, as armas asiáticas revelam-se mais certeiras que as americanas.

in dn.pt