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quinta-feira, 29 de março de 2012

Simpósio Aquém e Além do Cérebro Sonhos repetidos funcionam como "um aviso"

 Sonhos repetidos funcionam como "um aviso"

O professor de Psiquiatria e de Ciências da Consciência da Faculdade de Medicina de Lisboa, Mário Simões, defendeu hoje que os sonhos repetidos devem ser valorizados pelo próprio indivíduo, porque funcionam como “uma mensagem, uma espécie de aviso”.
Contudo, em declarações à Lusa no Simpósio Aquém e Além do Cérebro, a decorrer no Porto, até sábado, o especialista considerou que no que respeita à interpretação dos sonhos “apenas os repetidos devem ser valorizados para perceber a mensagem dos seus mecanismos inconscientes de perceção da vida”. Os restantes devem ser “colocados na máquina trituradora”.
“Sabemos hoje que os sonhos são uma grande central de tratamento do lixo do dia-a-dia. Eu diria que 90 por cento dos nossos sonhos são para tratar do lixo do dia, para no dia seguinte termos novas ideias”, afirmou.
O psiquiatra referiu à Lusa que atualmente “conhece-se muito sobre a patologia, sobre algumas funções que o sono e o sonho têm. As mais conhecidas são sobre a memória e hoje viu-se, aqui, que as memórias durante a vida são integradas e fortalecidas no sono, mas também no sonho”, sustentou.
“Quanto a outras funções do sonho, vamos tentar perceber se são aquelas que Freud falou como sendo uma realização de desejos insatisfeitos, possivelmente também são, mas também sabemos que as pessoas que são privadas de sonhar à noite têm problemas de saúde”, disse.
Mário Simões apontou “problemas não só ligados às insónias. Em termos sociais as pessoas que tem má qualidade de sono e de sonhos ou que não sonham são as mais irritáveis no dia seguinte, com mais erros de atenção, no desempenho na condução e no seu trabalho”.
“Em animais, sabe-se que quando não sonham nada vêm a morrer em curto prazo com infeções graves, imunológicas”, frisou, referindo que o mesmo acontece com as pessoas que privadas de sono ou sonho podem sofrer alterações neuro-imunológicas.
Proporcionar um maior conhecimento sobre o sono e o sonho, o impacto que têm na vida do indivíduo e na sociedade e apontar novos caminhos na investigação científica mundial em neurociências nestes domínios são objetivos do simpósio organizado pela Fundação Bial que conta com a presença de alguns dos líderes na investigação científica mundial neste domínio.
O encontro, que vai já na 9.ª edição, é este ano dedicado ao “Sono e Sonhos” com o intuito de esclarecer questões como: “Porque se dorme? O que se passa no corpo humano quando se dorme? Qual a influência do sono (ou sua ausência) na sociedade? Porque se sonha? ou “O que representam os sonhos?”.
Hoje esteve em discussão a neurobiologia dos processos do sono e da cognição, estando agendada para sexta-feira a discussão sobre os aspetos anómalos subjacentes aos sonhos.

29 de março de 2012
@Lusa

Monti: culpa da crise no euro é dos 2 grandes da UE

Mário Monti afirmou que «a Alemanha e a França são parcialmente responsáveis pela crise na zona euro por terem agido como pais irresponsáveis durante a infância da moeda comum europeia» 

 O primeiro-ministro italiano disse esta quarta-feira, em visita ao Japão, que os dois maiores países da Zona Euro, não respeitaram, no início do euro, as regras fiscais, abrindo caminho às derrapagens que conduziram à atual crise: «A história remonta a 2003, quando o euro era ainda um bebé, quando a Alemanha e a França eram laxistas em relação aos défices públicos e às dívidas», afirmou.

Mário Monti substituiu Silvio Berlusconi em meados de novembro para tentar recuperar aquela que é a terceira maior economia da Zona Euro. O tecnocrata acrescentou que, na época, o Conselho Europeu (CE) decidiu não penalizar Berlim e Paris por ultrapassarem o limite do défice não tendo sido sancionados: «O CE então presidido pela Itália , afirmou que contrariamente à proposta da Comissão Europeia, a Alemanha e a França não seriam incomodadas, apesar de os seus défices ultrapassarem 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)».

Mário Monti era o comissário europeu da concorrência: «Claro que, se o pai e a mãe da Zona Euro violam as regras, não se pode esperar (que países como) a Grécia as respeitem», acrescentou.

O primeiro-ministro italino disse ainda que estava confiante sobre um eventual reforço do fundo de estabilização financeira e que esta é «a altura de tomar uma decisão definitiva e adequada relativamente às salvaguardas».

Em relação a Espanha, o primeiro-ministro italiano disse estar menos preocupado com a recente subida das taxas de juro dos títulos do tesouro espanhóis: «A Espanha está evidentemente na via de uma consolidação orçamental». E falou da preocupação da UE em relação a nuestros hermanos, considerando que um «contágio a outros países não partirá, certamente, de Espanha» e espera «que o contágio pertença ao passado, agora que a disciplina é respeitada pela maioria dos Estados-membros e que as salvaguardas estão a ser reforçadas».

A visita de Mário Monti a Tóquio insere-se numa digressão pela Ásia que se irá estender à Coreia do Sul, China e Cazaquistão para mostrar uma «nova Itália», menos burocrática e mais aberta ao investimento estrangeiro.

in agenciafinanceira.iol.pt

terça-feira, 20 de março de 2012

Primavera - Spring

Coreia do Norte abre portas a inspectores nucleares

Pormenores da visita ainda vão ser discutidos.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) revela ter sido convidada a visitar a Coreia do Norte, três anos depois de os seus inspectores terem sido expulsos do país.
O convite foi recebido a 16 de Março e faltam agora discutir os pormenores da visita com as autoridades de Pyongyang e com outros parceiros diplomáticos. 

A Coreia do Norte e os Estados Unidos anunciaram, no mês passado, um acordo de troca de alimentos pela suspensão de testes nucleares, lançamentos de mísseis, enriquecimento de urânio e o regresso dos inspectores nucleares a Pyongyang.
O entendimento ficou em causa na última sexta-feira, quando o regime norte-coreano revelou ao mundo que vai lançar um satélite, em Abril, para assinalar o centenário do nascimento de Kim Il-sung, o fundador do país e avô do actual líder Kim Jong-Un.

Renascença

domingo, 18 de março de 2012

Ian Thorpe definitivamente fora dos Jogos Olímpicos

O nadador Ian Thorpe, cinco vezes campeão olímpico, falhou neste domingo a última hipótese de se qualificar para os Jogos Olímpicos Londres 2012, fazendo apenas o 21.º tempo nos 100 metros livres nas provas de qualificação australianas.
Thorpe, de 29 anos, que regressou à competição em 2011 cinco anos depois de se retirar, já tinha falhado na sexta-feira a tentativa de se qualificar nos 200 metros livres.

"Estou desiludido de não ter conseguido mostrar em competição todo o trabalho que fiz nos treinos. Mas não me arrependo de ter tentado. Vou continuar a nadar, quero ser competitivo de novo", afirmou Thorpe, sem excluir a hipótese de tentar ir aos Jogos do de 2016, no Rio de Janeiro.

Thorpe cumpriu os 100 metros livres em 50,35 segundos, mais de dois segundos acima do tempo do campeão do mundo, James Magnussen, autor do melhor tempo das eliminatórias (48,26), e a cercas de dois décimos do 16.º e último apurado para as meias-finais.

O australiano conquistou três medalhas de ouro em Sydney 2000 e duas em Atenas 2004.


 in publico.pt

Realizador do documentário sobre Joseph Kony detido em San Diego

O realizador do documentário sobre o criminoso de guerra ugandês Joseph Kony, filme que fez furor na Internet, foi detido e hospitalizado em San Diego, anunciou a polícia e a organização Invisible Children.


O norte-americano Jason Russell, de 33 anos e pai de duas crianças, ficou famoso por defender o seu documentário polémico "Kony 2012", sobre o líder da violenta rebelião ugandesa do Exército de Resistência do Senhor (LRA), tido como responsável pela tortura e exploração de milhares de crianças ugandesas.

Segundo o responsável da organização não governamental Invisible Children, que financiou o filme e organizou a campanha na Internet, Jason Russell foi hospitalizado por “esgotamento, desidratação e má nutrição”.

A polícia de San Diego, Califórnia, disse à AFP que na quinta-feira de manhã, foi chamada por causa de um “indivíduo que corria na rua, a gritar, e a perturbar a circulação”. “Uma pessoa disse que ele estava nu e a masturbar-se, outras que perturbava o trânsito e danificava veículos”, disse a porta-voz da polícia.

O site da NBC de San Diego noticia que Jason Russell foi detido perto da praia Pacific Beach, embriagado e com um comportamento bizarro. Andra Brown, do Departamento Policial de San Diego, disse que "ele não foi preso". "Durante a avaliação, apercebemo-nos de que ele, provavelmente, precisaria de cuidados médicos por causa das coisas que dizia." Várias pessoas tentaram acalmá-lo e quando a polícia chegou ele estava cooperante.

O responsável pela Invisible Children, Ben Keesey, disse ao site TMZ que Jason Russell “está a receber os cuidados médicos necessários e está a concentrar-se no seu restabelecimento”. Keesey acrescentou que “as últimas duas semanas foram muito difíceis para nós, especialmente para Jason, e isso terá originado o incidente” de quinta-feira.

Em menos de duas semanas, cerca de 80 milhões de pessoas viram o documentário de 30 minutos no YouTube. O vídeo, com 28 minutos, apela à mobilização mundial para deter ainda este ano Kony e o seu Exército de Libertação do Senhor (LRA), narrando os efeitos dos 25 anos em que este senhor da guerra alimentou um brutal conflito no Norte do Uganda, raptando umas estimadas 60 mil crianças: os rapazes transformados em soldados, as raparigas em escravas sexuais, executados uns e outros quando não obedeciam, muitos mutilados, com os lábios cortados.

O LRA já está desactivado e Joseph Kony é procurado pelo Tribunal Penal Internacional.

in publico.pt

Christine Lagarde pediu à China para reduzir dependência das exportações

A diretora do FMI pediu hoje à China que empreenda a prometida mudança de modelo económico e deixe de depender das exportações e do investimento estrangeiro como motores do seu crescimento para ajudar o mundo a sair da crise.
"A China tem de continuar a afastar o seu crescimento económico das exportações e investimento e a aproximá-lo mais do consumo interno, com isso prestará um grande serviço à sua população", assegurou Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), na sua intervenção no Fórum de Desenvolvimento da China, conferência económica que reúne empresários e políticos de todo o mundo em Pequim.
A responsável do FMI também indicou que a China deve continuar a sustentar o seu rápido crescimento, apesar da perspetiva de desaceleração nas economias emergentes, e sublinhou que "deve melhorar o bem-estar das famílias para que todos os cidadãos beneficiem de um crescimento sustentável."

sexta-feira, 16 de março de 2012

MANUEL MARIA CARRILHO


a boa distância

Tudo partido, novo partido?



 SEM GRANDEZA A escolha do Presidente da República por sufrágio universal é uma aposta na grandeza da política. A Constituição dá aos Portugueses a oportunidade de colocar no topo do sistema político um cidadão. Um só. Que terá de responder por si mesmo, e de exercer o cargo com base numa visão do País e do seu futuro livre das pressões, dos interesses, dos partidos e das pequenas paixões. É o encontro de um homem e de um povo.

A vida democrática divide, o que é normal: os partidos guerreiam-se, as instituições querelam, os cidadãos opõem-se. O Presidente deve, por isso, introduzir outra dimensão e outra prática na vida democrática, incarnando a História do seu País e as principais expectativas do seu Povo. É a sua missão.
Só assim ele pode unir e inspirar os cidadãos. Em épocas de crise, como a que vivemos, esta capacidade pode ser vital, tanto para os governos como para os governados. Infelizmente, Cavaco Silva tem mostrado uma contumaz dificuldade em consegui-lo. Ou faz de menos, ou faz de mais, mas sempre atabalhoadamente, tanto no conteúdo como no timing.
Os últimos meses têm sido calamitosos, tudo indiciando que é muito forte, e pode mesmo ser irreversível, o processo da sua descredibilização junto dos portugueses. O "prefácio" ao seu último livro foi mais um imprudente passo nessa via que, a manter-se, terá consequências de monta na vida política nacional. Não é certamente por acaso que, a quatro anos de distância, começam já a aparecer sondagens presidenciais...
O que parece confirmar-se é que Cavaco Silva deixou há muito de fazer história, para se preocupar sobretudo em "polir" o seu papel nela. O paradoxo é que, quanto mais isso acontece, mais negativo e insignificante se revela o seu retrato final.
SEM FUTURO
Nada disto ajuda o PS e o seu "novo ciclo". O ataque de Cavaco Silva ressuscitou o espectro socrático e os seus fantasmas, de resto num momento muito conveniente para desviar as atenções da revelação das escabrosas conversas de Sócrates com o reitor da Universidade Independente, e dos novos afloramentos de velhos "casos" que entretanto se adivinham...
As últimas eleições legislativas deixaram uma herança envenenada nas mãos do PS e da sua nova liderança, com o País à beira da bancarrota e o caminho mais recente pejado de erros políticos de palmatória.
Quando o PS mais precisa de um debate interno, aberto e sem quaisquer tabus, sobre a última legislatura, este "ajuste de contas" presidencial provocou um "cerrar de fileiras" e uma postura irracional que mistura o politicamente discutível com o eticamente indefensável.
Se ficar refém deste passado, o PS corre o risco de não ter futuro. Pode um Partido ser condicionado por meia dúzia de militantes que agem como a guarda pretoriana de um antigo líder vagamente exilado? E que estão mais preocupados em proteger-se e retocar o retrato do passado, do que em lançar as bases do futuro? Esperemos que não, porque esse é o caminho certo para perder o respeito dos portugueses. É um suicídio político.
SEM SAÍDA
O mais extraordinário é que parece não haver, na classe política, a noção da extrema gravidade da situação em que se encontra Portugal e a nossa democracia. O "freak show" está instalado: o Presidente entrega-se ao veneno do ressentimento, o PS agita-se encurralado entre a herança socrática e o novo ciclo, os comunistas revivem a nostalgia bolchevique e o Bloco junta a tudo isto mais algumas causas fracturantes, que o ultra-liberalismo agradece...
O primeiro-ministro diz que mantém o rumo, mas na verdade parece andar sempre à procura dele, desorientado entre opções, tutelas e exceções que convencem cada vez menos os portugueses. O governo aposta tudo no papel do "bom aluno", diferente - felizmente! - da Grécia. Mas é um "bom aluno" especial, que procura convencer os outros, não da excelência dos seus feitos, mas da intensidade do seu arrependimento.
Temos assim um Portugal arrependido contra uma Grécia sem remédio! É pouco, convenhamos - e onde é que isto nos leva?
SEM ILUSÕES
Há um ano, ainda havia a ilusão dos "indignados", que enchiam os media. Mas esta indignação, como então aqui escrevi, podendo ser um forte detonador mediático, será sempre um fraco operador político. Sobretudo porque vive da ilusão da democracia impolítica.
No fundo, a indignação talvez não seja hoje (como intuiu A. Finkiel- kraut) senão o que resta das paixões políticas, quando já não se acredita, nem na política nem no seu poder de transformação. E se assim for, é a questão dos partidos como operadores centrais da mudança em democracia que permanece nuclear. Dos partidos que temos e dos que devíamos ter.
Vasco Pulido Valente sinalizou bem, na semana passada, a ilusão em que se vive "de que, quando a crise acabar (se a crise por acaso acabar) o velho jogo dos partidos vai continuar como se nada tivesse acontecido". Não vai - o mais certo é que esteja tudo partido e desconjuntado. Face ao descrédito dos partidos actuais e à sua incapacidade para se reinventarem, impõe-se cada vez mais a necessidade de um novo partido (ou até mais) que, com ideias novas e práticas completamente diferentes, seja capaz de abrir caminho para uma Nova República. É bem possível!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Santana e as críticas de Cavaco a Sócrates: “Eu não conheço precedentes disto”

Santana Lopes juntou a sua voz à de Marcelo Rebelo de Sousa nas críticas a Cavaco Silva pelo prefácio contra Sócrates. 


Santana Lopes criticou nesta quarta-feira à noite Cavaco Silva por ter acusado José Sócrates de ter tido para com o Presidente da República “uma falta de lealdade institucional que ficará registada na história da nossa democracia”.

“O que quer que lhe diga? Apetece-me dizer: pois”, afirmou na TVI24, quando questionado sobre o prefácio de Cavaco Silva no livro “Roteiros VI”.

O antigo presidente do PSD acrescentou depois não compreender porque não agiu o Presidente da República na altura “se achava que a falta de Sócrates era gravíssima”.

Santana lembrou “que o caldo” entre Cavaco e Sócrates “já estava muito entornado na altura”, acrescentando que o Presidente “tinha o dever” de informar os portugueses. “Era natural que o Presidente tivesse agido. (…) Tinha o dever moral de informar”, afirmou.

O antigo primeiro-ministro considerou ainda que esta não era a altura para o presidente fazer estas críticas. “Ou era na altura ou era nas memórias.”

Santana considerou ainda que o texto de Cavaco Silva “não é conveniente no momento em que Portugal atravessa”.

“Eu não conheço precedentes disto. E a gravidade está aí”, disse, acrescentando esperar que o Presidente “recupere rapidamente” o seu papel na vida política portuguesa.

 14.03.2012 - 23:49 Por Luciano Alvarez in publico.pt